Persistência do SARS-CoV-2 no corpo humano
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Persistência do SARS-CoV-2 no corpo humano

Atualizado: 30 de jan. de 2023

Por Dra. Jaqueline Oliveira Rosa



Um estudo publicado recentemente na revista científica Nature indica que o SARS-CoV-2 pode causar infecção sistêmica e persistir no corpo por meses. Os pesquisadores realizaram autópsias em 44 pacientes não vacinados vítimas da COVID-19 e os resultados das análises são os mais abrangentes, até o momento, sobre a quantificação e persistência do coronavírus em vários tecidos não respiratórios, incluindo o cérebro. Os achados deste trabalho corroboram com outros estudos que relataram encontrar RNA do coronavírus no coração, linfonodo, intestino delgado e glândula adrenal.


Imagem 1: gráfico de amplificação em equipamento de RT-qPCR e curvas


Esse estudo começa a elucidar a duração e os locais nos quais o RNA do vírus pode persistir. Segundo os cientistas, embora a maior carga de SARS-CoV-2 esteja nos tecidos respiratórios, o vírus pode se disseminar por todo o corpo por vários meses. O trato respiratório foi o local mais comum em que o RNA do vírus persiste, 50% ou mais dos casos tardios também apresentaram RNA persistente no miocárdio, linfonodos da cabeça, pescoço e tórax, nervo ciático, tecido ocular, e em todas as regiões amostradas do sistema nervoso central (SNC), exceto a dura-máter. O RNA viral foi detectado no tecido do sistema nervoso central em 90,9% dos casos, incluindo em um paciente após 230 dias do início dos sintomas. Também foi detectado RNA do SARS-CoV-2 em todos os grupos de tecidos e vários tipos de fluidos, incluindo plasma, fluido pleural e humor vítreo.


De acordo com os autores, o estudo tem várias limitações importantes. “Primeiro, nossa coorte representa em grande parte indivíduos mais velhos não vacinados com condições médicas pré-existentes que morreram de COVID-19 grave, limitando nossa capacidade de extrapolar os achados para indivíduos mais jovens, saudáveis ​​ou vacinados. Em segundo lugar, nossos casos ocorreram durante o primeiro ano da pandemia, antes da circulação generalizada de variantes preocupantes e, portanto, os resultados podem não ser generalizáveis ​​para as variantes atuais e futuras do SARS-CoV-2.”


E você, tem dúvidas se ainda carrega o vírus?

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Sobre a autora

Dra. Jaqueline Oliveira Rosa é formada em biologia com mestrado e doutorado em melhoramento genético. Hoje é responsável pela criação e gestão dos produtos dentro do Grupo DNA.


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